sábado, 19 de dezembro de 2015

Horas de hospital


Dai vc vai ao pronto socorro porque está, com uma, dor de estômago que nunca sentiu. O médico diz "pode ser pedra nos rins, mas também pode ser algo no intestino". Vc vai fazer os exames e a enfermeira é bem legal, falando que vc pode usar o banheiro restrito ao invés de usar o comum. Vai tirar sangue, mas tem probleminha com esse tipo de agulha e tenta se concentrar em outra coisa. Se olha no reflexo dessa janela, e vê que vc está parecendo o vampiro do Crepúsculo, de tão branca. Vê um cara fazendo malabarismo com o celular, tentando tirar uma self com o acesso na veia. (vergonha alheia). Tem duas moças tomando soro ao seu lado. Uma fala de outros acidentes e de coisas piores que uma picadinha no braço. Vc fica mais branca. Faz amizade com as moças e fica na cadeira que tem revestimento de espuma pra esperar o exame ficar pronto. Todo mundo já foi embora. Mais gente chegou. Já li várias páginas do HP. Mais gente foi embora. E eu querendo limpar a luminária, que tá cheia de insetos mortos. Toc é complicado!



Amor de mochila, amor verdadeiro

Hoje eu estava falando com o terapeuta sobre como minha mochila é parceira. Ela vai pra onde eu vou (não questiona! Kkk), carrega minhas coisas, "me dá apoio" (serve de travesseiro), topa qualquer parada, etc., daí ele falou "mas vc tem que carregá - la!". Eu respondi:"sim, mas é uma troca, né? ". Hoje eu estava pensando como as pessoas tem mais meios de comunicação e não se falam. Encontram amigos em comum e dizem" que saudades da Andressa!", mas mandar uma msg que é bom, nada! Reclamam que não são chamadas para as coisas, mas tbm nunca chamam pra coisa alguma. Vocês já perceberam a dificuldade que é marcar algum coisa em grupo hj em dia? "Vamos marcar algo? VAMOS!", mas ao primeiro "eu não posso" no meio de 10, todos desistem. Não, isso não é questão de "ah Andressa, a gente quer que todo mundo possa ir". É questão de desperdiçar a chance de reunir pelo menos quem pode e está disposto, porque só estavam esperando por um motivo pra adiar. Ou por que vcs acham que dá mais certo os encontros marcados em cima da hora, dos que falam "tô indo, bora? Bora!". Mas não... Deixa pra outro dia! E se não tiver esse dia? E se amanhã alguém vai embora pra longe ou em definitivo? Nem história pra contar no velório as pessoas vão ter daqui a pouco. Ou terão! Várias assim : "fulano era bem legal! A gente se falava direto pelo whatsapp, era pra gente se encontrar, mas nunca dava certo!".E a desculpa de distância? Distância é muito relativo! Ok, não sou parâmetro, fui pra outro estado por quem eu gostava... Mas se eu não fizer o que acredito, o que vai sobrar de mim além de uma vaga lembrança de "a Andressa Michels? Aquela menina da mochila do rock, né?"

Sonhei com a Vasp...

Texto escrito em 19/12/2012:

Sonhei que ia rolar uma festa de confraternização da extinta VASP, justamente para reabrir a empresa. A ideia deles era pegar os estagiários da minha época (2004) e iniciar os trabalhos da empresa novamente. A parte da festa não era bem uma festa, parecia mais um grande treinamento, com as mesas onde trabalhávamos antes, mas os computadores não eram aqueles antigos e o sistema também não era mais o Zeus e suas letrinhas verdes! Foi legal pela parte de todo mundo se reencontrar depois de tanto tempo e tals, mas os planos da empresa foram por água abaixo porque até mesmo os melhores atendentes daquela época já estavam de saco cheio de atendimento telefônico e os que não compareceram à festa não foram porque já tinham entrado em depressão depois de 8 anos ou mais trabalhando com turismo, e tiveram um ataque de pânico ao receber tal convite, quase como os veteranos de guerras, que ficam loucos por lembrar de como foi na época em que a empresa faliu e recebíamos milhares de ligações com reclamações, além de não recebermos os últimos salários. Fim!

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Voltando 20 anos

(Esse texto é uma continuação do texto anterior)

Fato é que, depois de 20 anos sem brincar com uma máquina dessas, eu passei no shopping (que eu passo todos os dias, na volta do trabalho) com uma idéia fixa:" eu vou lá pegar uma ficha e tentar pegar um bichinho! E se eu pegar, eu vou doar! Ah, a quem eu quero enganar? Se eu ganhar, vai ser o meu troféu de 20 anos de frustração superada!". 

Então cheguei lá, e não usam mais fichas. Usam cartão, e vc tem que pagar por ele também! Então escolhi a máquina de acordo com a pelúcia que parecia estar mais solta. Encarei um cocô emoji, que estava me olhando desde quando parei na porta do parque para localizar o caixa. 

Passei o cartão. Movimentei lentamente o gaaarra (tem como não lembrar do Toy Story com isso?) até onde eu imaginei que era em cima do cocô. Conferi nas outras direções, depressa, antes que "o gaaarra" tivesse vida própria. Apertei o botão. O gaaarra desceu, em câmera lenta, e fechou seus dedos ao redor do cocô, em um abraço perfeito. 

Meu coração acelerado, batendo na boca seca. Ainda em câmera lenta, ele se erguei 1cm e... TEC. O cocô e o garra ainda abraçados repousaram no monte de emocional de pelúcia , enquanto o mecanismo continuou a subir, foi em direção ao buraco de saída, e voltou a ficar inerte em sua posição inicial, ligado ao garra por um fio enrolado, como dos telefones dos anos 90.

Fiquei lá: parada, olhando, com a testa colada no vidro. E agora? Eu passo o cartão de novo pra puxar esse fio esticado? 

Acordei do transe. Vi a direita, um pouco a frente, os funcionários do parque recarregando outra máquina.

E agora? E se eu for ali e o
OUTRA criança aparecer e pegar MEU cocô? (que já chamo de meu, porque está mantendo o contato visual ha mais tempo do que muita gente já manteve na vida! ).

Prometi voltar com ajuda, e chamei o funcionário, que chamou a supervisora (depois de analisar o cenário). Eles abriram a máquina e disseram "acho que quebramos a máquina quando a limpamos!". A supervisora olhou pros outros e disse "pessoal, a máquina quebrou! Eu mês sem salário!". Deixei escapar um "eita", e continuei olhando. 

O rapaz ficou olhando para onde a garra deveria encaixar e tirou um pedaço de arame, eu acho. Disse que quebrou por dentro. A supervisora tirou a garra do cocô e o entregou na minha mão. "É seu, senhora! Desculpe e obrigada!". 

Fiquei olhando pra ele na minha mão. Sorrindo que nem besta. Agradeci aos funcionários e andei pra uma outra máquina onde vi uma etiqueta de "Club penguin" e lembrei que meu sobrinho Pedro tem um jogo desses personagens. Tentei pegar, levantou pela touca do bicho, e ele escorregou, nem chegou perto da saída.

Mas tudo bem, porque minha sorte torta do dia foi usada pra eu conseguir meu querido cocô!

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Trauma de infância

Um dia, certamente era um sábado. Como eu lembro? Eu lembro porque eu tinha que ir à missa, aos sábados,  devido à  catequese (e se eu não fosse,  os coleguinhas de turma reparavam,  a catequista puxava a orelha na, semana seguinte,  e quase ninguém ia pela fé,  mas isso é assunto para outro post).

Então lá estava a pequena Andressa,  de 10 anos,  que sempre babou pelas máquinas de bichinhos de pelúcia,  à  missa de sábado à  tarde. Naquele dia,  eu perguntei à minha mãe se ela deixaria eu brincar em uma daquelas máquinas. Mãos especificamente a que ficava na padaria.

Não me senti tocada pelo o que o padre disse,  não lembro nem o que ele falou. Estava empolgada demais porque depois eu iria à padaria,  né?

Então cheguei lá. Não lembro quanto custava cada ficha,  mas chuto que custava 1 Real. Em um tempo que se pagava R$0,05 por um pão francês,  acho que era por isso que minha mãe achava tão caro. Hoje,  com 1 Real,  você compra um pão. E um crédito de máquina de bichinhos custa R$5,20, mais R$2,00 pelo cartão.

Coloquei a ficha na máquina que eu não sabia como controlar,  e apertei o botão ao mesmo tempo que tentei mexer a manivela,  sem sucesso. A garra nem se mexeu,  e já ficou indo pra cima e pra baixo na direção do buraco de saída.

Fiquei lá olhando pra cima e pra baixo,  meu rosto refletindo assustado no vidro que segurava aquele monte de bichinhos coloridos.

Minha mãe perguntou o que aconteceu,  eu só respondi "não sei!". Ela chamou o cara do caixa,  e ele disse que não poderia fazer nada,  que apertando o botão,  fazia a garra abaixar e pronto. É... Ele poderia dar essa explicação antes,  mas não deu. Analisando friamente,  acho que essa foi uma das primeiras vezes na vida em que "se você não disser/perguntar,  ninguém vai adivinhar". Não falei que não sabia mexer,  o cara não adivinhou,  minha mãe tbm não perguntou. Simples assim.

Simples assim como descer a rua até minha casa,  escutando os berros de bronca da minha mãe,  que nem usou o "quando a gente chegar em casa,  a gente vai ter uma conversa séria". A conversa séria já começou no caminho mesmo,  junto com meu choro.

Chegando em casa,  estava passando o programa do Bolinha na TV. Meu pai estava na sala. Eu corri pro banheiro,  tranquei a porta sancionada e continuei chorando,  com medo de apanhar. Escutei meu pai perguntar o que aconteceu,  e minha mãe gritar que eu enchi o saco dela pra comprar uma ficha pra aquela máquina e fazer tudo errado. Gastou dinheiro à toa ,  com essas merdas!

Lembro que eu demorei pra sair do banheiro,  essó sai porque ela bateu muito na, porta e eu fiquei com medo dela quebrá - la (o que daria um prejuízo bem maior do que o da ficha),  e depois disso eu esqueci. Só lembro que nunca mais tentei brincar na máquina,  nem pedia mais. Se bobear,  nem se me oferecessem eu brincaria. Mas não foi a última vez que corri pra me proteger no banheiro.

De bichinhos de pelúcia de máquinas,  eu só tinha os que um amiguinho da escola me dava,porque ele era riquinho e cansava de pega-los,  então acho que a mãe dele nem se importava com o que ele fazia com as coisas dele (ao contrário de mim,  que até hoje tenho bonecas com suas caixas,  e o reflexo de deixar as maquiagens nas caixas também,  até que a caixa se desmanche na necessaire dentro da mochila).

Depois que eu cresci,  até comprei alguns bichinhos sem precisar tentar na máquina. Comprei até bichinhos demais,  reconheço.  Depois parei.

Até que ontem chegou email do RH da empresa,  falando de uma ação super legal de um dos nossos fornecedores,  para tentarmos ganhar um mascote das olimpíadas  no Rio. Só precisava postar uma foto com a hashtag #TAMJogosRio2016. Quando me falaram "vc ganha até 3 fichas! Mas só se postar no Facebook, Twitter e/ou instagram!", eu até brinquei : "posso postar no foursquare,  swarm,  blog... O que eles quiserem! Terei direito a mais  fichas?rs...". Mas o máximo eram 3mesmo,  ainda a, contragosto da mocinha que entregava as fichas,  que olhou atravessada quase não, acreditando que eu tinha postado os 3 aplicativos.

Tentei a primeira e quase foi. Um bichinho que eu não sei o nome,  mas que tem cabelo de folhas verdes. A garra pegou pelo corpinho,  mas a cabeça dele é  pesada e ele soltou.  Na segunda ficha tentei outro,  mas não, deu,  e a terceira eu errei por excesso de zelo. Acabou o tempo e a garra desceu sozinha,  sem subir mascote algum.

Fiquei lá olhando pra máquina e lembrando dessa história que eu contei agora.  Que levou a outra. Quem quiser saber antes de eu postar aqui amanhã,  pode procurar meu instagram @andy_michels e ver as legendas das fotos que postei. Aliás,  descobri que mais gente teve trauma com essas máquinas na infância

Até amanhã!

domingo, 1 de novembro de 2015

#PAULISTA

Coisas que eu vejo na Avenida Paulista e que eu quero pra mim: eu estava assistindo à apresentação daqueles meninos que dançam como o Michael Jackson, em frente ao Center 3, e um casal recém-casado estava fazendo as fotos pós cerimônia, antes da festa. O fotógrafo chegou dançando perto dos meninos e falou para os noivos dançarem com eles, e eles fizeram mais fotos. *_*

Pense na pessoa feliz fazendo Moon walker, se fosse comigo! kkk...

Se um dia eu casar, vou olhar pra câmera, limpar o nariz com as costas da mão e perguntar "Who's bad?"!

sábado, 12 de setembro de 2015

No aeroporto

Senti a maldade no coração da moça que trabalha naquela parte de detectores de metais quando vim para o portão de embarque: coloquei a bolsa na esteira e passei pelo aparelho. Ela falou pra eu voltar e tirar a touca...
Meu coração parou por alguns segundos, escutei um "tã dãaaaan" de final de capítulo, sabe como? (obrigada ao sonoplasta pelo timing certo! 😉).
*a câmera se aproximando lentamente. *pausa dramática.
(cabe uma tela dividida aqui: mantém a primeira câmera no meu rosto)
*câmera lenta acompanhando minha mão que vai até minha cabeça. (abre mais uma divisão da tela) e...
OPÇÃO 1:
*a agente aeroportuária olhando com cara de satisfação.
*com um movimento rápido e certeiro, tiro a touca vermelha revelando cabelos macios (sedosos, que balançam lentamente como na propaganda da Elseve), a jogo na esteira, faço uma pirueta, passo novamente pelo detector de metais, dou um salto duplo por cima da esteira pegando a bolsa e a touca, olho pra câmera de segurança e pergunto "husbé?" ("who's Bad? ", em uma menção clara ao Michael Jackson).
Ou OPÇÃO 2:
*Com um movimento rápido e uma pequena confusão, quase perguntando" moça, o que eu te fiz pra vc fazer isso comigo? Se tá ruim de touca, pior sem! Já passei pela máquina e não apitou! ",
*tiro a touca procurando uma bandeja para colocá - la dentro, não encontro, a jogo dentro da máquina, passo rapidamente, pego a bolsa (completamente derrotada, como nos piores momentos das personagens da Miriam Keyes), após revelar um emaranhado de cabelos com gel e meia calça velha.
*Fico esperando alguns segundos (que pareciam horas) até a touca aparecer do outro lado. Quando eu estava quase me jogando dentro da máquina para resgatar a touca, ela aparece e vai imediatamente de volta para a minha cabeça.
*Saio quase correndo, quase enfiando a bendita touca até o pescoço para cobrir o rosto, e fico pensando que a moça do check in era bem mais legal, e só não deixou levar a minha mala na cabine porque tem um tubo enorme de laque extra forte lá dentro.
Fim.


E eu resolvi postar essa foto antes que saia coisa pior na Caras, né? 😁


Tudo isso

Eu sei que a gente não tem que ficar se comparando com ninguém, que somos pessoas únicas, com nossas qualidades e defeitos, e que eu deveria esquecer muita coisa. Mas o que eu fico pensando é: será que só eu estava feliz? Será que minha vida é que nem aquela música antiga, que diz "I started a Joke..." e depois o idiota via que ele era a piada? Poxa vida... Será que eu sou tão errada em querer fazer valer a pena? Não importa se por um dia, um final de semana, por meses (com ou sem intervalos). Caraleooooo. Que droga! Ah... Mas vc é tão bonita, inteligente, simpática, alegre, comunicativa, culta, tem rodinha nos pés, não pára o fds inteiro... tão chata, fala demais, fala de tudo, fala com todo mundo! Se fecha! Deixa alguma coisa pra gente descobrir. Tão boba... Tão infantil, vazia. Afinal de contas, quem é você? Que se contenta com qualquer coisa, né? Você é só tudo isso.

As porcarias que o "Hoje em dia" diz

Dai vc acorda tarde, liga a TV e os apresentadores estão falando de gravidez tardia, que a partir dos 30 anos é complicado engravidar e com 35 já é começa a ficar tarde para congelar os óvulos, que o "ideal" é tomar essa decisão aos 20 e poucos anos. Se com 30 eu não tenho certeza se quero ter filho, com 20 e poucos menos ainda, minha gente! E ainda deu tempo de escutar a "pérola" do César Filho, dizendo: "nunca é tarde, não é? Por exemplo, o Emerson Fitipaldi, tem uma filha de 40 e poucos anos e uma de 4 anos! Muito legal, né?". Oh seu imbecil: um homem pode ter filho com qualquer idade! E mesmo assim, vão olhar pra ele e falar "que bacana!". Além da pressão que as mulheres sofrem, escutando que estão dando mais valor à carreira, que não namoram, que isso, que aquilo, ainda é recriminada se engravida tarde, porque não vai ter pique, que "não é bonito" uma velha grávida e blablabla. Pior ainda se não quiser te filho, né? Vou voltar pro Netflix.

Sobre apresentar alguém

Eu aqui, naquele restaurante de comida natural, dividi a mesa com duas moças desconhecidas. Uma delas contando que foi apresentar um amigo a uma amiga, disse que eles "super combinavam". Disse também que, depois desse dia, elas nem se falaram mais. Por quê? Porque a amiga que conheceu o rapaz disse que era como se ela esperasse conhecer o Tom Cruise e acabou conhecendo o Belo. "ah, me desculpe! Mas eu não acho isso! Ele é meu amigo! Olha a mentalidade dela!". E elas foram embora.
Fiquei aqui pensando, em todas as vezes que escutei as amigas dizendo "nossa! Vou te apresentar o fulano, ele é a sua cara!". Teve até vezes que isso veio acompanhado de "nossa, vcs são tão parecidos! Até fisicamente!". Daí, quando vem a foto, vc acaba se sentindo uma porcaria, porque o cara não é o que vc esperava (muito menos acha que vcs se parecem) e, seguindo esse padrão, já começa a pensar que vcs não são parecidos nem no papo e nas idéias. O mesmo acontece quando vc não vê foto alguma (mas essa parte já é mais rara de acontecer, porque hoje em dia todo mundo tem uma foto pra mostrar).
Mas por que isso acontece? Simples: porque não importa o quão pra baixo a gente se coloca, e quantos defeitos a gente sabe que tem. A gente sempre vai achar que merece uma coisa melhor do que estão nos mostrando. E, querendo ou não, no fundo (bem lá no fundinho), a gente acredita que deve ser verdade que a gente é legal, animada, bonita, inteligente e todas as outras coisas boas que mais do que uma pessoa (contando com quem quer nos apresentar o tal amigo) nos dizem mais do que uma vez na vida.
Então uma dica: da próxima vez que vcs quiserem que dois amigos se conheçam, faça isso sem eles saberem. Eles vão se identificar um com o outro sem precisar colocá - los na mesma mesa. Tudo que é forçado é chato, por melhor que seja a intenção.

terça-feira, 14 de julho de 2015

O tempo que passa

Escrito em 14/07/2014

Tempo que passa e umas coisas que não esqueço. Não esqueço do primeiro almoço feito pra mim (era macarrão com frango, e sorvete de sobremesa!), do pão de queijo feito antes de eu ir trabalhar, e do beijo na testa, quando ele ia trabalhar. Lembro das brigas também, mas logo passava. Lembro das conversas na varanda, olhando para os prédios durante o dia, e para a lua ou as janelas durante a noite. (aquela noite, em que ele foi, NU, fumar um cigarro na varanda. E depois de ficar um tempo olhando aquela cena, fui lá e o abracei) Aquele ventinho gelado de madrugada. Aquele cobertor quentinho. O sofá. O tapete. As taças de vinho (fui eu quem dei!), o salaminho, o queijo e os descansos de copos (eram pequenos discos de vinil, muito estilosinho e moderno, que nem ele). E voltamos ao beijo na testa. Não tem nada de erótico em beijo na testa, mas é tão bom. Vai ver ele fazia isso com todas. Vai ver eu comecei a fazer isso com todos (comecei nada, nem alcanço todas as testas! Só dos baixinhos, queridinhos, bonitinhos). Mas e daí? Quando a gente pensa que esquece, vem um sonho sem noção e joga lembranças na nossa cabeça. Não é nada de mais, sabe? É só saudade de um tempo que passou, dos sentimentos, nem é da pessoa em si.
Vida que segue, que passa. Passa como eu passo todos os dias por aquele muro perto da estação.

domingo, 31 de maio de 2015

Das coisas que têm que ser registradas em todos os lugares possíveis e imagináveis

"Menina: você é a pessoa mais maravilhosa e mais filha da puta que eu conheço.
Augusto: eu não sei se me sinto puto ou lisonjeado?
Menina: apenas... Sinta!
Augusto: como?
Menina: por que você tem tanto medo de perder aquilo que ainda não tem?"
(da peça "tão longe...", do Paulinho Rocco)

"Você não cabe na minha filosofia.
Você não cabe nas minhas respostas.
Você é a pessoa de fácil acesso mais difícil que eu conheço.

Persoe as minhas análises.
DISTÂNCIAS... FRIEZAS.
Pausa.

("Rinocerontes não sentem saudades" - Paulinho Rocco)

Paulinho Rocco, meu dramaturgo favorito!

Momentos de parar o coração

*Estou curtindo o "recordações do Facebook" porque ele está me trazendo alguns textos que eu escrevi no passado e não tinha postado por aqui, mas agora o estou fazendo! Hoje veio mais um, do ano passado:

Poucas coisas na vida fazem nosso coração parar e nos deixam totalmente sem reação...
Eh uma sensação estranha, você esta vendo tudo acontecer, bem rápido, não te da tempo nem de pensar direito no que esta acontecendo, e puft!
O bom eh que as vezes tem uma boa alma que te diz que vai ficar tudo bem.
Experimente estar em uma loja de missangas, escolher cuidadosamente a cor que você quer levar, puxar cuidadosamente o saquinho debaixo de outros 3, ficar preocupada em não derrubar os de cima e ver o que você escolheu estourar na sua mão, fazendo dezenas de bolinhas azuis caírem no chão, batendo no seu pé, fazendo um barulho semelhante a chuva, e tudo isso em 10 segundos que mais pareciam 10 minutos... E você sem saber aonde enfiar a cara, ou se sai juntando todas as bolinhas, que logo começaram a ser chutadas e se espalharam pela loja.
Foi como se um anjo falasse comigo, quando a vendedora me falou "esquenta não, moça! Ta beleza! Fica na paz!". Devo ter ficado pálida e com cara de choro pra ela falar isso, ou isso acontece com mais frequência que eu imagino!

Observação de hoje: me senti como aquele menino do filme Amelie Poulin, que quer colocar todas as bolinhas de gude no bolso, mas o bolso estoura, sabe?

domingo, 24 de maio de 2015

#AndressaNaCozinha

Com o tempo a gente aprende a fazer caldo de legumes, sem precisar ser o de cubinho. E a colocar menos vinho no arroz arbóreo refogado. E que a cebola vem antes do alho na hora de refogar, porque alho frita mais rápido. E a derreter a manteiga antes de colocar azeite, porque o azeite ferve e a manteiga nem derreteu ainda. Eu sou assim: uma receita passada de trás pra frente, pra tentar fazer dar certo. #AndressaNaCozinha

Das coisas que acontecem comigo

Essa sou eu:
Saio de casa correndo, pensando "caramba, vou chegar atrasada pra peça da Juliana!"
Chego ao metrô Vila Madalena, pergunto pra moça que está na fila do Táxi "vai subir a Pompéia, ali perto do pronto socorro?". Ela disse que sim, o taxista passou reto e disse que não.
Desci correndo, fiz sinal pra outro táxi, está ocupado. Vejo um carro clássico com uma noiva e quase pergunto "moça, vc vai casar na Pompéia?", vejo que o noivo está junto e quase reformulo a pergunto "a festa de vcs será na, Pompéia? Vou ali ao lado! Me dá uma carona?", até que vejo outro táxi. Ele sobe a avenida, passa a Alfonso Bovero, chego na Cia Dom Caixote as 20:05, vejo o Thiago, pergunto "já começou?" e ele me diz "já!".
Eu com cara de poatz! E ele fala" claro que não, começa as 21h!".
Deu até tempo de ir ao mercado, passar em frente ao salão de festas, à igreja (e ver uma noiva com o pai se preparando pra entrar na igreja), e pensar de um dia eu vou fazer isso também. Claro que não com o pai, né, mas entrar na igreja, vestida de noiva e tals. Se eu não, consigo marcar nem uma comemoração de aniversário, vou ter festa de casamento?

Ligando para a Pizzaria

(Em 24 de maio de 2014, fazia a madrugada mais fria do ano)

Acho que acabei de quase esbarrar com a minha alma gêmea.
Ta bom... não eh bem esbarrar, porque eu não sai de casa, mas vai vendo:
Liguei na pizzaria, a moça pediu um momento porque estava em outra linha. Quando me atendeu e eu falei o sabor que eu quero, ela falou, surpresa:
"Nossa! Eu acabei de pegar um pedido com exatamente esse sabor! Meia Milho II com meia Palmito I!"
Até falei pra atendente: "me passe o endereço dessa pessoa, que eu vou la comer pizza junto! Kkk..."
Dai tocou a musiquinha do How I Met Your Mother na minha cabeça, aquela cena de comparação entre ir atrás da pessoa e pegar o bichinho na máquina do parque, mãos servindo a pizza, a mesma mão segurando na minha, minha mão sendo beijada e... Tá bom, vai... Ja misturei referências demais.

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Dia do abraço (escrito em 2013)

E os abraços que você não vai receber mais, seja porque a pessoa não está mais nesse mundo, ou porque já não faz mais parte do SEU mundo?
E as pessoas que estão longe? Esse a gente prorroga um pouquinho e entrega quando elas chegarem.
Mas nada se compara ao abraço que você guarda, deseja entregar, a pessoa nem está tão longe assim, mas não vai poder dar...
"Quem quer, dá um jeito, quem não quer, dá desculpa". É o que a gente já está cansado de saber. Mas o que adianta o "abraço" ser de um lado só?
Abraço bom é aquele com vontade, dos dois lados. Vontade dos dois lados.
Por isso tem uma porção de gente que eu não quero abraçar. Parece que suga a minha energia.
Porque na verdade, o abraço é uma troca, né? Se a pessoa não tem o que oferecer, acaba levando o que você tem.

Mion, meu primeiro crush famoso

Aí como eu era novinha! Andressa com 17 anos e o @marcosmion, quando éramos magrelos (hoje já tenho um pouco de massa sobrando pra fora da forma e ele tá todo fortão, grisalho gato!). Não tenho vergonha de dizer que ele foi meu primeiro crush artista que eu conheci pessoalmente. Não virei truta, ele não me chamava pelo nome, mas toda vez que ele interagia comigo (viva a platéia do Descontrole!) meu coração batia forte e eu ficava a noite inteira sem dormir, de tanta felicidade! Ah gente, vcs sabem que eu nasci pra ser tiete, né? E ele nem sabe o bem que ele me fez, quando eu era a menina mais calada da sala (por já ter sido muito zoada) e depois, por causa das excursões para o programa dele, comecei a falar com a escola inteira, até me chamavam de Dessinha Mion!  e depois tive coragem de desfilar no concurso da escola, quando ganhei de miss simpatia! 😃😃 era o início do meu sorrisão! (que eu tenho que lembrar de não apagar por coisas chatas do dia a dia). Mion, nem sei se vc vai ver essa foto, mas queria te agradecer por ser, mesmo sem saber, o motivador e inspirador de uma das mudanças mais importantes pra minha vida. Obrigada! ‪#‎tbt‬ ‪#‎everlastinglove‬

No meio da correria

Enquanto eu saia apressada pelo metrô, saindo rapidinho do trabalho para vir ao médico (nefrologista, descobri pedrinhas em agosto e só agora vou ver direito o que rola) vi um casal novinho, de uns 16 anos.
A menina iria entrar no metrô, o menino a segurou pela mão, a puxou para perto do corpo, a porta do metrô fechou e eles se abraçaram. Não rolou beijo, ela desviou, mas ficou super vermelha.
Até olhei para atrás, pra ver se a cena bonita continuava.
Já na Paulista (o médico na mesma rua
Da acupuntura), dois rapazes pararam para deixar seus respectivos cachorros brincarem, nem aí pra correria ao redor.
Enquanto isso, já fui e estou voltando pro trabalho. Isso que nem deu tempo de terminar o post.

Pessoas do passado no caminho

Não é impressionante que, no meio de tanta gente desconhecida andando pra lá e pra cá pelo mundo, ainda há momentos em que a gente vê algum rosto conhecido no meio da multidão?
Não estou falando das pessoas cujo os rostos se tornam conhecidos porque vc pega o trem ou entra no metrô aproximadamente no mesmo horário que elas, todos os dias, estou falando de pessoas que já fizeram parte do seu círculo de amizade, de pessoas que já trabalharam com vc, etc.
Parece que, por alguns segundos, o mundo fica em slow motion, só pra dar tempo de vc ver a pessoa "conhecida".
Não, isso também não é uma visão romântica do mundo, nem estou fazendo um comparativo fofinho como a música da Marisa Monte.
Realmente, há momentos em que a gente encontra pessoas que nunca imaginou encontrar em determinada rua, mas o mundo da aquela desacelerada pra dar um "Oi" atravessando a rua, tromba na escada rolante contrária e volta para dar um abraço, mas infelizmente essa acelerada também acontece com gente que a gente não gosta. E parece que o slow motion fica alguns frames mais lentos, daí por mais que vc tente acelerar, só piora: vc quase faz uma cena dos trapalhões passando ao mesmo tempo que a ex-chefe na porta do trem, só falta pegar o mesmo livro que aquela menina idiota na livraria, dá de cara com o ex peguete cri cri no aeroporto e tem que apresentar pra família.
Agora estou aqui torcendo pra acontecer que nem no ano passado, que em uma semana eu encontrava um karma ruim, mas na seguinte eu encontrava um karma bom. Ou seja: karmas bons, vcs já podem surgir no meu caminho, venham! A quota de ruim já foi atingida!

Pérolas do turismo

Hoje me pediram para fazer cotação de um hotel, mas escreveram o nome errado e ficou assim: ao invés de THUNDERBIRD, escreveram THINDERBIRD.
Imagine se isso existisse? Além de todas as pessoas com "sobrenome Tinder" irem pra lá, pra fazer check in teria que fazer o que? Dar "match" com o recepcionista?
By the way, ‪#‎ficadica‬ simples de jogar o nome do hotel no Google quando tiver dúvidas de como escreve, né?

Acupuntura

Primeira sessão de acupuntura. A médica diz "você tem que encontrar uma posição confortável, em que vc ficará por 20 minutos para relaxar, ok?".
Entro na salinha e vejo que ela tem vista para onde? Para a antiga empresa em que eu trabalhava! Kkk... Super relaxante lembrar da cara da mulher barbada, que tinha tique nervoso que a fazia parecer um cachorro rosnando!
Pensei nas coisas do meu texto de ontem, lembrei que isso não me pertence mais, desejei luz para essa pessoa, e tentei relaxar.
Não é uma coisa assim tão fácil, mesmo sabendo que vc terá 20 minutos para cochilar, depois de sofrer para acordar cedo. Ver a agulha no braço não ajuda também, parece que ela até começa a doer mais legal, a partir do momento que vc a vê. Melhor fechar o olho.
Na salinha ao lado, um senhor chegava a roncar! E eu querendo desligar todos os despertadores que tocavam. E algumas partes do corpo tremendo, quando eu respirava fundo, tentando não me prender aos pensamentos do passado e do "daqui a pouco".
Ao fim dos 20 minutos, a moça veio tirar as agulhas, senti o sangue escorrendo na testa (mas é normal), e o ombro mais leve. 

Sobre desapego

Você tenta uma vez. Não dá certo. Tenta outra. Não dá certo. Vai ficar nessa até quando? Chega uma hora que a gente cansa de dar murro em ponta de faca, seja com laudo médico que diz que vc não pode fazer a cirurgia da miopia, seja com amizades, seja com procedimentos falhos. Com tudo na vida.
Quando te falam que vc pode ter problemas futuros se ter uma solução que só vai te ajudar agora, quando rolos dizem que vcs não dão certo juntos, quando "amigas" dizem que não fazem mais questão da sua amizade.
Tem um monte de coisas para serem usadas, lugares a serem visitados, pessoas a conhecer, tentativas a fazer, enfim, uma infinidade de possibilidades ao seu redor. Não fique gastando energia com o que não vale a pena.
Pegue o que aconteceu de bom, não deixe que as coisas ruins as apaguem. Todo mundo traz pelo menos alguma lição pra sua vida. Aprenda e aceite o fim.

terça-feira, 28 de abril de 2015

Despertador

Seu despertador toca as 6:30, você desiste de levantar tao cedo e volta a dormir.
Sonha que está atrasada e acorda assustada, preocupada porque o despertador não tocou no tempo certo.
Ele só não tocou porque não deu a hora ainda.
Você dorme de novo e sonha que tudo o que você costuma fazer, esta acontecendo sem seu corpo estar lá: o copo de leite, a escova de dentes, o bilhete único... Tudo se movimenta, como se vc estivesse fazendo isso, mas não está! Parece que tem um fantasma ali!
Você acorda, de novo. Dessa vez o despertador tocou na hora certa, o limite pra vc não se atrasar. E você fica um minuto olhando pras paredes, esperando que seu corpo, sua mente e sua alma voltem tudo para o mesmo lugar.

segunda-feira, 30 de março de 2015

Atriz / Turismóloga

Das ironias da vida: me deram parabéns pelo DIA DO ATOR, eu fiz texto e fui criticada. "Você não é atriz!", me disseram. De fato, ainda nem me sinto uma atriz direito, não sou boa, ainda não tenho bagagem suficiente, mas teatro ainda é uma coisa que me encanta. meu texto foi mais para parabenizar quem realmente é do que para me vangloriar de alguma coisa.
Me deram parabéns pelo DIA DO TURISMO/TURISMOLOGO. tenho bagagem nisso, apesar de todos os dias aprender coisas novas, mas não me orgulho do que sou. Não tenho o emprego dos sonhos (como os leigos pensam), nem falo todas as línguas do mundo, não viajo o mundo é não sou o atlas, então não adianta me pedir uma ajudinha sobre qualquer destino, porque eu não vou poder te ajudar, infelizmente!
Ao contrário do que muitos imaginam, minha faculdade não me prepara para ter todo esse conhecimento. O mercado de trabalho vai me forçar a saber sobre alguns destinos (os mais vendidos! Ou, se for algo mais focado, de uma região específica).
Eu mesma, aprendi sobre o alfabeto fonético e as siglas de alguns aeroportos (a empresa só fazia voos nacionais) através de provinhas e decoreba, sobre cruzeiros, seguro e aluguel de carro (que eu já esqueci quase tudo, porque não trabalho mais com esse produto) na marra, com um cliente na minha frente, querendo suporte de um agente de viagens, e sobre alguns destinos devido ao segmento da empresa (o carro chefe era Buenos Aires mas atendia as solicitações do mundo inteiro, depois eram feiras na China, e agora América do Norte), mas não sou de gravar nomes de hotéis, nem qual categoria é, então posso dizer que o Google é um grande companheiro de trabalho: sabendo usá-lo, sem preguiça (ou "vista cansada", como já escutei isso de desculpa, e quase disse que era "neurônio cansado" o mal da pessoa), ele te ajuda muito! E mesmo assim, as vezes é necessário ter conhecimento em ciência forense para descobrir que, depois de vc pegar uma solicitação torta de um vendedor folgado, deixar tudo arrumado e conferido 10x, tem tanta gente envolvida no processo, que até chegar na mão do cliente final, alguém "cagou na ponta ", mas é você quem vai escutar merda do vendedor.
Então, parabéns para quem ainda acredita na profissão, e consegue fazê-la com o coração. Eu faço o que tem que ser feito, mas mais mecanicamente, com o coração bem cansado de tentar dar jeito nas coisas. Já fui muito revolucionária querendo melhorar processos, sugerir coisas novas e tals, mas depois de 11anos de turismo, a gente entende que nadar contra a maré é cansativo e não ajude nem a nós mesmos.
Agora, se alguém quiser saber se eu tenho orgulho de ser TURISMOLOGA, eu prefiro nem responder. Uma porque eu vou ter que explicar o que é esse palavrão, e outra porque eu serei grossa ao te responder que "não, eu não sei o valor de todas as passagens aéreas de todas as companhias do mundo" pra saber qual é mais barata para o destino que vc escolher, e também não consigo desconto pra vcs. Ah, e não quero te ajudar a montar um pacote, porque já faço isso o dia inteiro e não sou comissionada por isso. Quem recebe comissão é a pessoa que tem preguiça de olhar no Google e pede pra e dar a resposta pronta (não generalizando, porque graças a Deus existe gente que é vendedor de verdade e se esforça pelos seus clientes).
E se eu pudesse dizer uma coisa pro cara que criou a primeira agência de turismo, eu diria: ei, Thomas Cook! Vá Thomas no Cook

Qual sua profissão?

Consultas médicas e a pergunta "qual sua profissão?" sempre rendem assunto:
Abandonei aquela idéia de falar que eu sou "atriz", porque mesmo que os atores "de verdade" não estejam junto comigo na consulta para dissertar as teorias (que ninguém quer saber) sobre o porquê eu (ainda) não sou uma, eu resolvi falar a verdade é respondi "turismóloga".
A moça escreveu com cuidado, para não errar, olhou na tela e me perguntou: "o que vc faz?".
Expliquei que eu trabalho em uma operadora de turismo, que é quem atende a agência de viagens e fala com o fornecedor (hotel, transfer entre outros) sobre a solicitação.
Ela respondeu "nossa! Pensava que a sua profissão era viajar para todos os lugares!". Ri e disse que infelizmente não é isso. Quem dera fosse, mas só viajo pelo Google mesmo.
Eu sei que tem gente que está cansado de saber isso, mas já deixo aqui explicado mais uma vez, para vocês não ficarem espantados quando escutarem esse palavrão e saberem que isso é só uma parte desta profissão. Sou turismóloga devido a minha formação acadêmica e, pra fazer o que eu faço, não precisa ter cursado a faculdade de turismo.
Por que eu explico tanto isso? Porque se nem a minha família sabe o que eu faço, não custa nada informar, né?
E eu trabalho com a parte terrestre de América do Norte e Canadá, ou seja, não posso ajudá-los com dicas dos outros destinos e não sei o valor das passagens aéreas de todos os destinos do mundo. Pra ser sincera, eu não consigo nem ajudar a minha mãe, que foi pra Porto Alegre com a Azul e teve a bagagem extraviada.
E olha que coisa curiosa: meu trabalho não é divertido. É estressante na verdade. Tanto que eu tenho problemas sérios com caspa (um dos motivos pelo qual eu procurei de novo uma dermatologista).
É... Seria mais legal falar que eu sou atriz, porque mesmo com as perguntas de quem acha que tem que ir pra TV pra ser artista, meu coração ficaria mais quentinho ao explicar as coisas.

10 de dezembro de 2014

Antes que me chamem de louca, só vou dizer que "ainda não!". Então puxe uma cadeira, conecte o carregador e leia até o final.
E pra quem quiser dizer que eu não deveria comemorar o Dia de hoje porque eu tenho menos experiência, problema seu, porque eu tô pouco me lixando.
Hoje, como poucos sabem, é comemorado o Dia do palhaço! Então é meu dia também é "eu quero um abraço!". Isso explica o video no instagram.
Essa não é a maquiagem usual da minha PEPPERINA (minha palhaça tem esse nome, mas quem me conhece assim ama mais de Chapolina, que nem na recreação). Eu estou assim porque eu lembrei que, quando eu era criança e ainda tinha medo de palhaço, eu tinha uma caixa de maquiagem e imagino que eu deva ter feito algo tipo isso, porque minha mãe estava limpando a casa, olhou pra mim é falou "vc ta parecendo uma palhaça!". Então cuidado com o que vcs dizem para as crianças, isso pode se tornar uma verdade.
Depois de um tempo eu tive contato com essa área, deixei de ter medo e gostei mesmo disso, e ganhei dois narizes de uma pessoa muito especial (e que eu desejo toda felicidade do mundo, sério!). Os narizes até já estragaram e esse é o meu terceiro nariz.
Desde o primeiro nariz pra cá, aconteceu muita coisa e eu ainda não consegui fugir com o circo. Minha mãe deve ter medo até hoje de eu "perder o trevo (errar o caminho) e sair por ai".
Fazia mais de um ano que eu não vestia essa minha pequena máscara. Vesti outras, com o papel de protesto (e que o povo acha que é só pra isso que serve), ou acham que por ser povo somos todos palhaços, mas é um tô falando do sentido real da palavra.
Já conheci muito palhaço legal, mas tbm muitos que eram malas que estavam mais interessados em saber "que escola eu sigo", outros que queriam ficar pedindo dinheiro na rua inventando histórias nada a ver ao invés de apresentar seu trabalho (lamento, mas não vou fazer isso), outros que tem problemas pesados da cabeça e da alma (e quem não tem, né? Mas os alheios eu não consigo suportar - no sentido de dar suporte) então me afastei, outros se afastaram de mim, mas tudo sempre traz um aprendizado.
Hoje a Pepperina Chapolina estava se manifestando e "querendo sair", mas eu demorei um pouco pra ligar os pontos: primeiro com o desenho do circo (até comentei que ele estava se repetindo, né?), depois com cada flor amarela que via no meu caminho. E eu pensando "em que dia de dezembro é o dia do palhaço mesmo?".
Pq flor amarela? Pq são as minhas favoritas e eu sempre digo que, se eu decidisse as coisas do mundo, no meu mundo perfeito teria muitas flores amarelas.
Só fui ligar todos os fios soltos ao ver o post do meu querido Elvis Campello , um dos melhores (se não o melhor) palhaço que eu conheço.
Fora essa semana, que eu me peguei repetindo e tentando e explicar que "circo" não enfraquece ou empobrece a arte de ninguém, e de que eu só teria coragem de pleitear ser a atração da festa da firma no dia em que eu tivesse meu próprio circo.
Então hoje, na hora em que eu estava quase indo embora, fiz uma brincadeira e disse que era (que pretensão a minha!) o Meu dia, porque era o dia do palhaço, e eu sou palhaça (de novo: a minha experiência palhacística não está em jogo aqui. Digo e repito quantas vezes precisar:meu melhor papel é ser plateia, mas ao mesmo tempo eu sou artista, e bebo de várias fontes artisticas, goles irregulares, de umas mais e de outras menos).
Seguida as "brincadeiras de praxe", do combo "povo/política /trouxa/prejudicado", eu escutei um comentário/pergunta que está ecoando até agora na minha cabeça : "" " ""DEVE SER FÁCIL SER PALHACO, NÉ?" "" ""
não pude dar a resposta lá (e também nem valeria a discussão), mas a resposta certa é :NÃO, NÃO É FÁCIL!
Primeiro porque tem que estudar, e muito! Sim, existe curso de palhaço! De várias vertentes, que eu não vou ficar explicando aqui, além de estudar técnicas, vc tem que estar antenado no que está acontecendo no mundo, sabia?
Segundo porque fazer as pessoas rir não é nada fácil. Fora que sempre tem um besta que acha graça em deixar o artista sem graça só pra ver "se ele é bom mesmo"! Se vc faz seu pessoal da firma rir, não significa que vc é palhaço, e isso também não é garantia que sua piadas sempre funcionam. Só funcionam no seu mundinho. E digo mais! Tbm depende do seu cargo, porque quanto mais alto seu cargo, mais "engraçada" será sua piadinha!
Terceiro, não é nada fácil viver só de arte. Vc viveria? Eu não vivo. E não consigo me dedicar mais a isso pq eu sou bundona e covarde, pq escuto demais a opinião alheia e me convenci de que sou ruim, não sou boa o suficiente e que isso não dá pra mim. Eu preciso de salário fixo no final do mês. Mas admiro muito quem mete as caras e consegue ir atrás dos sonhos.
Poderia ficar falando mais um monte de motivos, mas pra que, né?

Sobre eu dar informações na rua

E o contagem de quantas vezes eu fui parada na rua (e na Internet) para dar informações, só este ano, está em 5! Além de ter cara de legal e inteligente, devo ter cara de concierge. Vou fazer um cofrinho e colocar 10 centavos por informação. Dia 31/12 eu conto pra vcs quanto economizei (já que esse povo não vai me pagar mesmo).
Dai vcs me perguntam "mas Andressa, por que vc se irrita tanto em dar informações na rua?", e eu respondo: "porque eu já faço isso o dia inteirono meu trabalho! Mas lá eu sou paga pra isso!" (pra isso e, "teoricamente", pra adivinhar o que as pessoas querem dizer com metade da informação e perguntas fechadas).
Eu juro que já fui uma pessoa melhor. Já teve dias em que me perguntaram onde era tal rua, e eu estava indo exatamente pro mesmo lugar e falei "vem comigo!". Uma vez eu mesma estava perdida, procurando um banco, e escutei uma moça falando ao telefone que não sabia aonde era o metrô Santa Cruz, daí eu pedi licença é falei "desculpe me intrometer, é só descer a rua!". E outra vez eu ofereci meu braço para uma Senhora segurar, enquanto eu a levava da linha amarela para a verde, porque tinha gente dando informações errada pra ela, e ela quase foi parar na linha vermelha querendo ir pra estação Paraíso. Mas fiz tudo isso porque quis, não porque pediram.
Sim, eu estou virando uma monstrinha intolerante velha e ranzinza.

Sobre ser invisível

Um bom jeito de aparecer na foto, quando vc vai #foreveralone aos lugares. Às vezes é bom ser invisível. E às vezes eu queria uma "eu" que pensasse em fazer pra mim as várias coisas que eu já fiz e pensei em fazer pelos outros, particularmente em aniversários. Mas daí eu lembro que eu não sou tão fantástica como imagino ou tento ser, talvez porque não aprendi a demonstrar o que sinto para as pessoas que realmente merecem, ou não sei o que fazer ou como reagir com o que já demonstraram por mim. Não digo que fiz coisas por quem não mereceu. Todo mundo merece receber carinho e saber o quanto as pessoas o querem bem. Talvez as pessoas apenas não estejam preparadas ou não saibam como reagir com o que recebem também. Na foto,#mafaldanapraça e eu. (acho que essa luz é proposital)

Nas férias...

Dos traumas que a profissão nos causa nas férias:
Minha mãe é eu passeando de buggy, e um casal que compartilhou o passeio conosco começa a reclamar que a locadora de veículos "os enganou", porque o valor da diária era de R$57 no anúncio da internet , mas depois custou quase R$100.
Automaticamente eu expliquei que deveria ter um "a partir de" antes do preço, e que ele provavelmente contratou alguns adicionais e seguros, por isso a tarifa mudou.
Minha mãe falou para o casal "minha filha sabe como funciona, porque ela trabalha com turismo!".
*paralisei* um frio subiu pela espinha. Coitada, ela não fez por mal, mas pedi:"mãe! Não conte pra essas pessoas que eu trabalho com turismo, senão daqui a pouco eles vão começar a me pedir cotação...  até explicar que eu trabalho em uma operadora, e não em uma agência, eles vão me perguntar se eu consigo desconto!! "
O mesmo frio que, quando eu estava no Rio de Janeiro, subiu pela minha espinha enquanto eu estava fazendo o meu check in, escutei um casal ao lado falando "mas nós fizemos a reserva com um dia a mais, para poder entrar antes do horário! Como cancelaram nossa reserva?".
Essas coisas de sempre servir às pessoa, ter que ser solicita mesmo em tempos de folga, já me fizeram até explicar como funciona a televisão do avião. Tô vendo a hora que eu farei a coreografia de que "máscaras de oxigênio cairão..."