terça-feira, 17 de novembro de 2015

Voltando 20 anos

(Esse texto é uma continuação do texto anterior)

Fato é que, depois de 20 anos sem brincar com uma máquina dessas, eu passei no shopping (que eu passo todos os dias, na volta do trabalho) com uma idéia fixa:" eu vou lá pegar uma ficha e tentar pegar um bichinho! E se eu pegar, eu vou doar! Ah, a quem eu quero enganar? Se eu ganhar, vai ser o meu troféu de 20 anos de frustração superada!". 

Então cheguei lá, e não usam mais fichas. Usam cartão, e vc tem que pagar por ele também! Então escolhi a máquina de acordo com a pelúcia que parecia estar mais solta. Encarei um cocô emoji, que estava me olhando desde quando parei na porta do parque para localizar o caixa. 

Passei o cartão. Movimentei lentamente o gaaarra (tem como não lembrar do Toy Story com isso?) até onde eu imaginei que era em cima do cocô. Conferi nas outras direções, depressa, antes que "o gaaarra" tivesse vida própria. Apertei o botão. O gaaarra desceu, em câmera lenta, e fechou seus dedos ao redor do cocô, em um abraço perfeito. 

Meu coração acelerado, batendo na boca seca. Ainda em câmera lenta, ele se erguei 1cm e... TEC. O cocô e o garra ainda abraçados repousaram no monte de emocional de pelúcia , enquanto o mecanismo continuou a subir, foi em direção ao buraco de saída, e voltou a ficar inerte em sua posição inicial, ligado ao garra por um fio enrolado, como dos telefones dos anos 90.

Fiquei lá: parada, olhando, com a testa colada no vidro. E agora? Eu passo o cartão de novo pra puxar esse fio esticado? 

Acordei do transe. Vi a direita, um pouco a frente, os funcionários do parque recarregando outra máquina.

E agora? E se eu for ali e o
OUTRA criança aparecer e pegar MEU cocô? (que já chamo de meu, porque está mantendo o contato visual ha mais tempo do que muita gente já manteve na vida! ).

Prometi voltar com ajuda, e chamei o funcionário, que chamou a supervisora (depois de analisar o cenário). Eles abriram a máquina e disseram "acho que quebramos a máquina quando a limpamos!". A supervisora olhou pros outros e disse "pessoal, a máquina quebrou! Eu mês sem salário!". Deixei escapar um "eita", e continuei olhando. 

O rapaz ficou olhando para onde a garra deveria encaixar e tirou um pedaço de arame, eu acho. Disse que quebrou por dentro. A supervisora tirou a garra do cocô e o entregou na minha mão. "É seu, senhora! Desculpe e obrigada!". 

Fiquei olhando pra ele na minha mão. Sorrindo que nem besta. Agradeci aos funcionários e andei pra uma outra máquina onde vi uma etiqueta de "Club penguin" e lembrei que meu sobrinho Pedro tem um jogo desses personagens. Tentei pegar, levantou pela touca do bicho, e ele escorregou, nem chegou perto da saída.

Mas tudo bem, porque minha sorte torta do dia foi usada pra eu conseguir meu querido cocô!

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Trauma de infância

Um dia, certamente era um sábado. Como eu lembro? Eu lembro porque eu tinha que ir à missa, aos sábados,  devido à  catequese (e se eu não fosse,  os coleguinhas de turma reparavam,  a catequista puxava a orelha na, semana seguinte,  e quase ninguém ia pela fé,  mas isso é assunto para outro post).

Então lá estava a pequena Andressa,  de 10 anos,  que sempre babou pelas máquinas de bichinhos de pelúcia,  à  missa de sábado à  tarde. Naquele dia,  eu perguntei à minha mãe se ela deixaria eu brincar em uma daquelas máquinas. Mãos especificamente a que ficava na padaria.

Não me senti tocada pelo o que o padre disse,  não lembro nem o que ele falou. Estava empolgada demais porque depois eu iria à padaria,  né?

Então cheguei lá. Não lembro quanto custava cada ficha,  mas chuto que custava 1 Real. Em um tempo que se pagava R$0,05 por um pão francês,  acho que era por isso que minha mãe achava tão caro. Hoje,  com 1 Real,  você compra um pão. E um crédito de máquina de bichinhos custa R$5,20, mais R$2,00 pelo cartão.

Coloquei a ficha na máquina que eu não sabia como controlar,  e apertei o botão ao mesmo tempo que tentei mexer a manivela,  sem sucesso. A garra nem se mexeu,  e já ficou indo pra cima e pra baixo na direção do buraco de saída.

Fiquei lá olhando pra cima e pra baixo,  meu rosto refletindo assustado no vidro que segurava aquele monte de bichinhos coloridos.

Minha mãe perguntou o que aconteceu,  eu só respondi "não sei!". Ela chamou o cara do caixa,  e ele disse que não poderia fazer nada,  que apertando o botão,  fazia a garra abaixar e pronto. É... Ele poderia dar essa explicação antes,  mas não deu. Analisando friamente,  acho que essa foi uma das primeiras vezes na vida em que "se você não disser/perguntar,  ninguém vai adivinhar". Não falei que não sabia mexer,  o cara não adivinhou,  minha mãe tbm não perguntou. Simples assim.

Simples assim como descer a rua até minha casa,  escutando os berros de bronca da minha mãe,  que nem usou o "quando a gente chegar em casa,  a gente vai ter uma conversa séria". A conversa séria já começou no caminho mesmo,  junto com meu choro.

Chegando em casa,  estava passando o programa do Bolinha na TV. Meu pai estava na sala. Eu corri pro banheiro,  tranquei a porta sancionada e continuei chorando,  com medo de apanhar. Escutei meu pai perguntar o que aconteceu,  e minha mãe gritar que eu enchi o saco dela pra comprar uma ficha pra aquela máquina e fazer tudo errado. Gastou dinheiro à toa ,  com essas merdas!

Lembro que eu demorei pra sair do banheiro,  essó sai porque ela bateu muito na, porta e eu fiquei com medo dela quebrá - la (o que daria um prejuízo bem maior do que o da ficha),  e depois disso eu esqueci. Só lembro que nunca mais tentei brincar na máquina,  nem pedia mais. Se bobear,  nem se me oferecessem eu brincaria. Mas não foi a última vez que corri pra me proteger no banheiro.

De bichinhos de pelúcia de máquinas,  eu só tinha os que um amiguinho da escola me dava,porque ele era riquinho e cansava de pega-los,  então acho que a mãe dele nem se importava com o que ele fazia com as coisas dele (ao contrário de mim,  que até hoje tenho bonecas com suas caixas,  e o reflexo de deixar as maquiagens nas caixas também,  até que a caixa se desmanche na necessaire dentro da mochila).

Depois que eu cresci,  até comprei alguns bichinhos sem precisar tentar na máquina. Comprei até bichinhos demais,  reconheço.  Depois parei.

Até que ontem chegou email do RH da empresa,  falando de uma ação super legal de um dos nossos fornecedores,  para tentarmos ganhar um mascote das olimpíadas  no Rio. Só precisava postar uma foto com a hashtag #TAMJogosRio2016. Quando me falaram "vc ganha até 3 fichas! Mas só se postar no Facebook, Twitter e/ou instagram!", eu até brinquei : "posso postar no foursquare,  swarm,  blog... O que eles quiserem! Terei direito a mais  fichas?rs...". Mas o máximo eram 3mesmo,  ainda a, contragosto da mocinha que entregava as fichas,  que olhou atravessada quase não, acreditando que eu tinha postado os 3 aplicativos.

Tentei a primeira e quase foi. Um bichinho que eu não sei o nome,  mas que tem cabelo de folhas verdes. A garra pegou pelo corpinho,  mas a cabeça dele é  pesada e ele soltou.  Na segunda ficha tentei outro,  mas não, deu,  e a terceira eu errei por excesso de zelo. Acabou o tempo e a garra desceu sozinha,  sem subir mascote algum.

Fiquei lá olhando pra máquina e lembrando dessa história que eu contei agora.  Que levou a outra. Quem quiser saber antes de eu postar aqui amanhã,  pode procurar meu instagram @andy_michels e ver as legendas das fotos que postei. Aliás,  descobri que mais gente teve trauma com essas máquinas na infância

Até amanhã!

domingo, 1 de novembro de 2015

#PAULISTA

Coisas que eu vejo na Avenida Paulista e que eu quero pra mim: eu estava assistindo à apresentação daqueles meninos que dançam como o Michael Jackson, em frente ao Center 3, e um casal recém-casado estava fazendo as fotos pós cerimônia, antes da festa. O fotógrafo chegou dançando perto dos meninos e falou para os noivos dançarem com eles, e eles fizeram mais fotos. *_*

Pense na pessoa feliz fazendo Moon walker, se fosse comigo! kkk...

Se um dia eu casar, vou olhar pra câmera, limpar o nariz com as costas da mão e perguntar "Who's bad?"!