terça-feira, 14 de julho de 2015

O tempo que passa

Escrito em 14/07/2014

Tempo que passa e umas coisas que não esqueço. Não esqueço do primeiro almoço feito pra mim (era macarrão com frango, e sorvete de sobremesa!), do pão de queijo feito antes de eu ir trabalhar, e do beijo na testa, quando ele ia trabalhar. Lembro das brigas também, mas logo passava. Lembro das conversas na varanda, olhando para os prédios durante o dia, e para a lua ou as janelas durante a noite. (aquela noite, em que ele foi, NU, fumar um cigarro na varanda. E depois de ficar um tempo olhando aquela cena, fui lá e o abracei) Aquele ventinho gelado de madrugada. Aquele cobertor quentinho. O sofá. O tapete. As taças de vinho (fui eu quem dei!), o salaminho, o queijo e os descansos de copos (eram pequenos discos de vinil, muito estilosinho e moderno, que nem ele). E voltamos ao beijo na testa. Não tem nada de erótico em beijo na testa, mas é tão bom. Vai ver ele fazia isso com todas. Vai ver eu comecei a fazer isso com todos (comecei nada, nem alcanço todas as testas! Só dos baixinhos, queridinhos, bonitinhos). Mas e daí? Quando a gente pensa que esquece, vem um sonho sem noção e joga lembranças na nossa cabeça. Não é nada de mais, sabe? É só saudade de um tempo que passou, dos sentimentos, nem é da pessoa em si.
Vida que segue, que passa. Passa como eu passo todos os dias por aquele muro perto da estação.