quinta-feira, 12 de abril de 2012

Estórias de Metrô

Só porque eu já passei outro longo período sem escrever, e porque eu já esqueci o que eu tinha programado para o último tema da relação de atrasados (além de prometer contar uns causos para a Tânia e Claudia, sobre   as horas iguais no relógio e tals) venho com o início da série"Estórias de metrô".Já é parte do que prometi pra Ellen! rs...

*Esses contos saíram da cabeça da autora do blog, pode ter algumas coincidências com a realidade, mas os nomes não serão revelados. Algumas partes podem ser só imaginação também.*

**Linhas itálicas são os pensamentos atravessados e notas mentais!**

Episódio 1 - Me busca no metrô?

Depois daquela manhã de domingo em que se conheceram, se falaram na noite do mesmo dia, e na segunda também. Previamente marcaram de se encontrar na terça, junto com outro amigo dele.

Na terça de manhã, enquanto ela pensava e imaginava 1001 coisas para falar ou não falar quando o visse, resolveu se levantar. Na mesma hora o celular recebeu uma mensagem. Era ele! Dizia que tinha acordado quebrado da capoeira do dia anterior, se ela não estava interessada em assistir um filme na casa dele.

Seu coração disparou e a cabeça foi a mil. Enquanto pensava mais 1001 coisas, respondeu automaticamente que sim! Perguntando onde ele morava. E todos aqueles pré-conceitos de que "o que ele vai pensar de eu ir à casa dele assim? Nos conhecemos há dois dias, nem nos falamos tanto assim!". Ela já está numa idade em que tem certeza que algo vai acontecer. Ver um filme já é sinal de algo. Não ver o filme, estando na casa dele, já é uma certeza. A não ser que ele seja um menino muito hétero tapado ou gay muito camuflado bonzinho ele vai te chamar para a casa dele para ficar sentado ao seu lado conversando, quietinho, sem pegar na sua mão, sem colocar o braço ao redor do seu ombro.

Seguiu para um estação da linha azul. Acho que se ela parou naquela estação um vez antes desse dia, era muito. (mentira! Acabo de lembrar que ela já foi levar uma conhecida até lá, depois de um ensaio na Lapa, desceu lá quando tentou ver aquele festival de Jazz com um casal de amigos e uma vez entrou lá depois de tentar fazer um exame odontológico. Mas geralmente parava um ou duas estações antes, uma ou duas estações depois).

Uma estação antes, mandou mensagem dizendo "estou chegando!" e recebeu um "vou aí te buscar!" de volta. Chegou lá. Aquele misto gostoso de ansiedade, curiosidade, uma pontinha de medo (e se ele for um psicopata? E se ele for um daqueles palhaços da perua branca, que vai roubar meus rins e eu vou acordar numa banheira cheia de gelo?)


Desses sentimentos, a parte maior era da ansiedade mesmo. Ah, essa companheira de tantas horas (para não dizer TODAS!). Mas e agora, como fazer para disfarçá-la? John Lennon! "Os besouros sempre me salvam", ela pensou. Estava com um livro (ruim) sobre ele, mas era melhor sair do metrô com ele nas mãos. Passou a catraca. Cadê? Não chegou ainda... Deve estar perto!

Algumas páginas e músicas depois, em frente à SSO, ela ainda estava esperando. Ele chegou! Claro que era diferente, sem maquiagem... sempre dá aquela surpresa, parece outra pessoa (na verdade é outra pessoa). Acho que ela também provocou a mesma reação cerebral de "é ela mesma?", por mais fotos que um tenha visto do outro no Facebook.(ele é mais bonito pessoalmente)

Se deram "oi" com um abraço desajeitado e beijo no rosto. Andaram pela avenida, viraram em uma rua, passaram por um posto, uma praça, virou onde mesmo? Não dei para reparar no caminho, porque eles foram conversando o tempo todo. Claro, ela mais do que ele. Ela não presta atenção nos faróis, não sabe o caminho, ele vai sinalizando, falando sobre como um determinado farol é confuso e essas coisas. Até chegarem à tal casa.

Ele disse que morava com outras (8) pessoas. Mostrou como era a casa, cheia de quartos, uma escadinha, várias portas (dava para gravar o clipe de "Oração" lá! Ele disse que já tinha pensado nisso), um moço, a cachorrinha (que descanse em paz, faleceu dois dias depois) e uma moça que moram lá,  mostrou a parte depois da cozinha. Lá era o quarto dele, cheio de livros inteligentes, sobre Freud, Personalidade, Sonhos, Teatro... (e ela lá, falando que não deu certo a tentativa de fazer terapia...).

Na verdade, não teve filme. Mas teve sofá com "Todo mundo Odeia o Cris". Teve cuidados com a cachorrinha, expectativas de que ela melhorasse, teve coração disparado, teve momento de silêncio, teve risada e muitos cafunés. Não só dela para ele, mas dele para ela também.

Teve a volta para o metrô. Não foram de mãos dadas (ela não sabia se deveria pegar a mão dele, e ele também não pegou), mas teve beijo na boca na hora de dar tchau (além dos outros, da tarde inteira. E o primeiro foi quando ela contou que desde a hora que o viu, naquela roda de capoeira, ela teve vontade de beijá-lo. Mas não teve coragem, e ele não conhecia a esquete do "beijo no rosto do palhaço". Naquela tarde de terça, ele a olhou enquanto ela tagarelava, se encostou na parede e esperou. Ela, sentada no canto da cama, olhou pra ele, se aproximou desajeitada, e então aconteceu!).

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