terça-feira, 5 de março de 2013

Enquanto ainda gosto de você

Lembro como se fosse ontem, aquele dia em que eu estava numa festa dessas, que a gente se mete sem ter noção das pessoas que estarão lá. Dessas que são divulgadas pela internet, com a temática mais estranha ainda: desencalhar pessoas que passaram o dia dos namorados sozinhas!

Falei para as minhas amigas que estava de boa, iria lá para dar risada. Mas já na porta eu vi um garoto de camisa xadrez. Estilinho interessante, barba legal e óculos preto. Estava na nossa frente na fila. Entramos.

Minhas amigas e eu estávamos lá, dançando as músicas de passinhos prontos, rindo pra caramba, até que resolvemos chamar uma cupida. O garoto da fila estava lá do outro lado, sentado no balcão, se balançando ao som de Jackson Five. Ele sumiu quando a cupida foi até lá. "Deve ser fumante, tudo bem? "Ok, não fumo, mas não tenho restrições....

A cupida o buscou. Do lado de lá, eu já tinha ganho pontos por ser loira, por estar com meu vestido vermelho que tinha uma flor, por estar dançando animadamente, na festa em que ele levou um bolo do amigo.

Mesmo assim, falando muito como de costume, não estava realmente com intenção de ficar com alguém. Eu ficaria lá curtindo, escutando a música, fazendo os passinhos... Não deveria ter confiado em uma cupida que bebe whisky...

Não deveria confiar porque deu tudo muito certo... teve beijo, teve bailinho, teve ele conquistando a confiança das minhas amigas, teve meu coração amolecendo ao escutá-lo que queria fazer aulas de dança comigo... Teve ele chamando o táxi para nós, perguntando se poderia pegar carona com a gente até o prédio dele, teve ele pedindo para eu mandar mensagem quando chegasse...

Lembro bem também de como eu falei pras minhas amigas "Será que eu poderei tirar a armadura?", enquanto ainda olhava para ele pelo vidro do carro.

E nesse tempo todo, já aconteceu tanta coisa legal... cada vez que vi o mesmo nome na tela do meu celular e meu coração disparou! Mas também ficou apertado tantas outras vezes... fosse por saudade que não poderia terminar pela distância, ou pelas nossas frequentes brigas.

Porra, não é bonito um casal que briga toda vez... Nem pode ser chamado de casal quando acontece isso. Não é casal sem ser... coisa alguma.

Pensando bem, nunca seríamos alguma coisa com "Nós". Não é uma porção de meses com discussões, observações da lua ou das janelas vizinhas pela varanda, carinhos trocados, que vai apagar ou fazer durar tudo isso. Um dia tudo acaba.

Mas sempre vou lembrar do pão de queijo feito para eu levar pro trabalho. Do pingado feito pra mim. Do beijo na testa antes de sair pro trabalho, puxando o cobertor pra me cobrir direito e dormir mais um pouco. Dos vários beijos que eu voltei pra pegar, enquanto o elevador não chegou. E quando chegou... que vá e volte, para pegar o próximo.

Guardemos só o que é bom. "Do que é ruim eu esqueço", não conto, não guardo. Porque a gente sempre terá a lua com cara de triste, com os olhinhos caídos, observando cada passo errado das pessoas que não aprendem com a vida.

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